Cursinho Popular Elza Soares
A partir de um desejo coletivo de ampliação e democratização do acesso às universidades pelas das camadas populares, nascemos na Zona Sul de São Paulo como um projeto em busca de uma educação popular e crítica. As primeiras aulas ocorrem com um pequeno grupo de poucos estudantes em uma sala na Associação de Moradores do bairro.
A demanda e o número de estudantes aumenta, assim como a cifra de professores voluntários. Inauguramos uma nova sede no Rio Pequeno, Zona Oeste, dentro da Escola Estadual Sólon Borges.
Com a pandemia de Covid-19, o Cursinho passa a realizar aulas online. Realizamos uma campanha de distribuição de cestas básicas e materiais de estudos para os estudantes e suas famílias. Escolhemos a cantora Elza Soares como nossa patrona.
Retomamos as aula presenciais, agora no Jaguaré, paralelamente à turma das aulas digitais. Passamos a oferecer gratuitamente café da manhã e almoço para nossos estudantes. Disponibilizamos também sessões presenciais de apoio psicológico, e inauguramos nossa biblioteca.
Somos acolhidos no Espaço Girassol, da ONG Agente, localizado na São Remo. Nessa nova sede contamos com instalações renovadas, que nos permitiram receber melhor nossos alunos na sala de aula e no refeitório. Voltamos integralmente para o presencial.
Em 2024 o Cursinho Elza Soares continuará a funcionar neste local.
Seguimos defendendo a educação pública e de qualidade para todos, e sobretudo, uma educação crítica e emancipadora, que incentiva a juventude a pensar sobre as questões de raça, classe, gênero, cultura e opressões dentro da sociedade, bem como superá-las. Em meio a tantas dificuldade e obstáculos, é o grupo de jovens voluntários e estudantes dispostos a lutar todos os dias pelo acesso à educação que nos motiva a continuar crescendo.
Dúvidas?
Como faço para me matricular?
As inscrições acontecem semestralmente e as aulas são aos sábados em nossa sede na São Remo. Neste link você encontra mais informações sobre como se inscrever e nossos critérios de seleção.
Quero dar aula mas não tenho experiência. Posso mesmo assim?
Com certeza! Temos uma equipe para te ajudar e um material didático pronto para isso. Mas, se mesmo assim você não se sentir confortável, precisamos de voluntários em várias outras áreas. Aqui você encontra mais informações de como colaborar.
Vocês aceitam doações?
Não só aceitamos, como o cursinho popular é 100% financiado de forma independente. Dependemos muito da sua ajuda para continuar com esse projeto tão importante! Se tiver interesse em ajudar, você encontra aqui mais informações.
Quem foi Elza Soares
Elza da Conceição Soares nasceu dia 23 de junho de 1930, na favela carioca Moça Bonita. Mulher, negra, periférica, se viu obrigada a abandonar os estudos aos 11 anos. Aos 13, já era mãe e casada. Aos 21, havia velado dois filhos e seu primeiro marido.
Foi também com 13 anos de idade que, em sua primeira apresentação na Rádio Tupi, ela encantou a todos com sua voz e espantou com sua aparência. Questinada de onde havia saído, respondeu: “vim do planeta fome”.
Sobrevivente, Elza Soares encontrou na música um refúgio às dores e uma forma de denúncia à toda violência a que foi exposta. Uma mulher que foi vítima de desigualdade, de violência doméstica, de machismo e racismo, foi também eleita a maior voz do milênio pela BBC e seguiu lutando a favor de sua voz, de sua existência.
Ainda hoje, a figura de Elza emana muita força num mundo em que persistência e determinação se fazem necessárias, como diz em um de seus sucessos: “Eu quero cantar até o fim. Me deixem cantar até o fim.”.
É possível encontrar inúmeras “Elzas” pelas ruas: jovens e crianças que vivem imersos em fome e pobreza, sem perspectiva alguma de mudança, subjugados a um projeto educacional que visa o esvaziamento do aprendizado crítico. Assim, professores e voluntários decidiram construir um cursinho popular com uma educação emancipadora e batizá-lo em homenagem a Elza. Uma mulher guerreira que, através de sua jornada tão dura, nos inspira a transformar histórias todos os dias. Temos fome de um Brasil melhor, fome de educação e de universidade para todos